Teatro, o ator e a Interpretação

Como diz Plínio Marcos, o ator tem o dom de inquietar e comover, de tirar da apatia e conduzir a libertação. O ator tem a predisposição, mas pra isso tem que estudar muito. Estudar muito a alma humana. Os conhecimentos humanos. A história humana.

Teatro e a arte da interpretação

O ator precisa ter preparo físico e emocional para emprestar seu corpo e suas emoções aos personagens que interpreta e às histórias que conta. Ele deve ser muito observador e acredito que deve ser muito tranquilo para que ao observar as mazelas humanas não se contamine com a crueza da vida.

Tranquilo e bem humorado, pois o ator acima de tudo brinca. Brinca de ser outra pessoa, de ter outra vida, de amar e odiar, de matar e morrer, de beijar e apanhar.

O ator é esse ser que se desprende da fé, da ideologia e procura no seu íntimo as semelhanças do seu caráter, com as distorções de caráter de seus personagens.

Hamlet, Medéias e tantos outros personagens, interpretados por tantos atores e atrizes, com seus corpos e vozes diferentes. Conduzidos por um diretor, sincronizados com os efeitos técnicos, incentivados pela reação do público, mas o ator, esse é o centro de atenção do espetáculo teatral. É por intermédio dele que vemos e ouvimos o que o autor e o diretor quiseram dizer.

O ator se doa ao espetáculo, se empresta por umas horas no palco e talvez “depois nunca mais se ouça falar” conta histórias que outros escreveram, e as revive com intensidade e intencionalidade para nos fazer sonhar, pensar, rir ou chorar, mas, sobretudo para nos fazer conhecer os Homens com suas conquistas e suas fraquezas, e assim nos enxergamos através do outro e percebemos a humanidade
Escrito por : Wanderley Damaceno.